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Após o trauma a superação: Revista PSIQUE

A exposição a situações traumáticas tem sido constante ao longo de toda a História da humanidade. Na literatura, na arte e nas mais diversas áreas é incontável o número de indivíduos que, em algum momento, registraram um quadro de sofrimento traumático. Entre as principais sequelas psicológicas causadas pelo impacto de experiências traumáticas estão os medos específicos, que se tornam condicionados a qualquer aproximação semelhante ao trauma.

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O que é tristeza?

A tristeza é uma das cinco emoções naturais aos seres humanos e se manifesta normalmente diante de situações que envolvem principalmente perda, desamparo, frustração/desapontamento, fracasso e/ou exclusão/rejeição. Infelizmente, muitas pessoas confundem uma tristeza profunda com depressão.

Tenho pacientes que após evento(s) traumático(s) manifestaram tristeza profunda por longo período antes do processo terapêutico. Por exemplo, a perda de entes queridos é considerada por muitos como a tristeza mais profunda que o ser humano pode vivenciar. Os sintomas de tristeza aguda pela perda de entes queridos são de fato similares àqueles observados em pessoas com depressão.

Contudo, ainda que os enlutados possam preencher os indicadores do transtorno depressivo, nem por isso esses critérios indicam um transtorno. Saliento que o trauma psicológico pode também ocorrer sem que o indivíduo tenha consciência da magnitude de certos eventos por ele vivenciados, os quais desencadeiam sintomas similares à depressão. As crianças, em especial, podem desenvolver alterações comportamentais decorrentes de situações que os próprios pais consideram “normais”, como uma rotina de muitas atividades, pouco contato com os pais em casa, um susto em que a criança vivenciou extremo desamparo, surras severas, entre outros eventos. Nesses casos, as alterações abruptas de comportamento destoantes da dinâmica saudável anterior comunicam que está acontecendo uma dificuldade emocional. Deve-se atentar, por exemplo, à perda ou ao ganho de peso acentuado sem motivo aparente, à agressividade, à enurese noturna (voltar a fazer xixi na cama), à encoprese (evacuar sem controle do esfíncter), à introversão (quando a criança apresentava alegria e espontaneidade), ao isolamento, ao desânimo para realizar atividades que antes eram prazerosas etc.

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Quais são os principais tipos de traumas psicológicos?

Geralmente o trauma envolve o efeito-surpresa e o desamparo diante de uma ameaça física ou subjetiva à própria vida, ou à vida de pessoas amadas. Entre os traumas mais frequentes das pessoas que buscam psicoterapia podem-se citar: Separação conjugal (infidelidade, conflitos etc.); Perda de entes queridos (especialmente familiares); Abortos; Acidentes; Assalto; Sequestro (com cativeiro, relâmpago, domiciliar); Violência sexual; Decepções (quebra de confiança, enganos etc.); Mudanças drásticas de vida (cirurgias, enfermidades, perda de emprego etc.); Testemunho ou sofrimento pessoal de violência; Conflitos familiares (discussões graves, brigas etc.) entre outros. São várias a manifestações decorrentes do trauma psicológico. A teoria da “reação universal ao trauma” foi relativizada a partir de estudos que mostraram um grau de variedade individual em processar os eventos ocorridos durante a vida e as emoções básicas. Muitas vítimas de eventos estressores procuram apoio profissional, literatura, apoio de amigos, enquanto outras enfatizam o silêncio, o isolamento, o colapso e/ou a vitimização.

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O que é Fobia?

É importante diferenciar primeiramente o medo de uma verdadeira fobia. O medo geralmente não impede o indivíduo de realizar as suas atividades, a despeito do desconforto. Contudo, pode às vezes evoluir para uma fobia, considerada como um Transtorno de Ansiedade, cuja causa é multifatorial. As causas são diversas para o surgimento dos medos e das fobias, podendo ser geradas por fatores genéticos, neuroquímicos, socioculturais, tipo de personalidade e eventos de vida como traumas psicológicos. Muitas vezes as fobias são decorrentes de eventos em que o indivíduo experimentou expressivo medo no passado. Lugares, circunstâncias ou sensações associados ao trauma podem disparar a memória do evento e mecanismos de alerta como se a situação traumática estivesse acontecendo ou por acontecer, como um sistema que visa a sobrevivência. As emoções se superpõem à razão e as áreas límbicas são mais atuantes que as áreas envolvidas em processos de racionalização.

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Tratamento da Ansiedade | O que é Ansiedade?

A ansiedade é um estado emocional comum – geralmente associado à incerteza, dúvidas, medo e vulnerabilidade – e provavelmente tenha sido selecionada como um importante fator para a preservação da espécie humana. O estado ansioso é definido como um comporta mento de alterações físicas (taquicardia, sudorese, hiperventilação, aumento da pressão arterial) e psíquicas (apreensão, inquietude, alerta). Portanto, a ansiedade pode ser considerada normal ou patológica, a depender da intensidade e da freqüência das manifestações acima citadas. A relação ansiedade vs desempenho deixa de ser vantajosa quando a geração de informações do próprio encéfalo “inunda” as vias sensoriais com prejuízo do processamento perceptual dos dados gerados pelo mundo físico, impedindo a formulação de novas hipóteses, sínteses e comportamentos adaptativos. A etiologia (causa) do Transtorno de Ansiedade (expressão patológica da ansiedade) é tida como multifatorial. Fatores genéticos, socioculturais, tipo de personalidade e eventos de vida (dificuldades financeiras, conflitos, morte súbita de entes queridos, demissão, divórcio) estão envolvidos no surgimento dos Transtornos Ansiosos.

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Espiritualidade e saúde mental

O interesse sobre a espiritualidade e a religiosidade sempreexistiu no curso da história humana e recentemente a ciência tem investigado o tema. No começo dos anos 1960 os
estudos eram dispersos e nesse período surgiram os primeiros periódicos especializados, entre os quais o Journal of Religion and Health.

A partir de então, estudos realizados sobre espiritualidade e religiosidade em amostras específicas (por exemplo, enfermidades graves, depressão, transtornos ansiosos) mostraram pertinência quanto à investigação do impacto dessas práticas na saúde mental e na qualidade de vida. Aqui veremos algumas contribuições do binômio espiritualidade e saúde às pessoas que buscam a psicoterapia.

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PTSD and CHRONIC PAIN

Exposure to traumatic stressors and psychological trauma is widespread, with a wide range of cognitive and behavioral responses/outcomes among trauma survivors [1]. The association of traumatic exposures with posttraumatic stress disorder (PTSD) and other mental health conditions is well known [2]. Although traumatic events are associated with PTSD in the literature, traumatized people do not meet DSM-IV (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 4th Edition) criteria for PTSD in many cases and often present a range of psychoform or somatoform symptoms [3]. Considerable overlap in symptoms and disease comorbidity has been noted for medically unexplained symptoms in the primary care setting, such as chronic fatigue syndrome, low back pain, irritable bowel syndrome, primary headaches, fibromyalgia (FM), temporomandibular joint disorder, major depression, panic attacks, and PTSD [4]. It is not unusual for patients presenting with chronic pain to describe significant levels of distress, including PTSD symptomatology. One of the first studies in this field was conducted in the past decade and investigated chronic pain patterns inVietnamveterans with PTSD. Those reporting chronic pain showed significantly higher somatization than the others [5].

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Espiritualidade, religiosidade e psicoterapia

Espiritualidade, religiosidade e psicoterapia

Crenças e práticas religiosas/espirituais constituem uma parte importante da cultura e dos princípios utilizados para dar forma a julgamentos e ao processamento de informações. O conhecimento e a valorização de tais sistemas de cren-ças colaboram com a aderência do indivíduo à psicoterapia e promovem melhores resultados. Contudo, nem todas as abordagens encontraram um ajuste desse tema em suas intervenções e os diversos conceitos sobre religiosidade/espiritualidade dificultam essa importante interface. Neste artigo, trazemos os conceitos mais coerentes e acessíveis para facilitar o diálogo profissional no âmbito terapêutico. Discutimos o impacto da subjetividade, dos estados de consciência e das percepções influenciadas pela religiosidade/espiritualidade na saúde mental e a importância de a psicoterapia voltar-se a clientes e respectivos sistemas de crenças, desenvolvendo modelos que mobilizem esperança e potencializem suas capacidades de superação. A despeito da atual distância entre estudos controlados e práticas clínicas, discutimos a integração das dimensões espirituais/religiosas na psicoterapia com profissionalismo ético, conhecimento e habilidades para alinhar as informações coletadas ao benefício do cliente. Considerando que apenas 7,3% da população brasileira não têm religião e a escassez de abordagens e psicoterapeutas que contemplem a religiosidade/espiritualidade, apontamos a relevância de investigações sobre o tema e que as propostas psicoterápicas sejam testadas em ensaios clínicos.

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Psychological dynamics affecting traumatic memories: Implications in psychotherapy

The search to understand response to trauma has turned to the contribution of personality factors. The way people process the stressor event is critical in determining whether a trauma will be configured or not. Neuroscience shows that the brain does not store memories, but traces of information that are later used to create memories, which do not always express a completely factual picture of the past experience. Whenever an event is retrieved, it may undergo a cognitive and emotional change. Psychological dynamics – emotional interpretative tendency that affects the internal dialogue related to a meaningful event – may influence the development of positive or negative outcomes after stressor events.We postulate that therapists must see beyond the traumatic event itself and work with the internal dialogues that maintain the pathological relationship with the past episode. Thus, they may better treat traumatized patients by therapeutically rebuilding the memory. A brief clinical case is presented to show how exposure-based and cognitive restructuring therapy may help trauma victims experience psychological growth from their negative experiences, by fostering healthy psychological dynamics.

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