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Entrevista Globo Reporter

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"Descubra o poder da Regressão Espiritual: Como se conectar com vidas passadas para transformar sua jornada atual" Introdução: A Regressão Espiritual é uma técnica que tem ganhado popularidade nos últimos anos por ajudar as pessoas a explorar suas vidas passadas e descobrir as lições que podem ser aplicadas no presente. Neste post, vamos explorar o que é a Regressão Espiritual, como ela funciona e como pode ser benéfica para sua jornada pessoal. O que é Regressão Espiritual? A Regressão Espiritual é uma técnica que utiliza a hipnose para ajudar as pessoas a se conectar com suas vidas passadas. Durante a sessão, o terapeuta guia o paciente para um estado de relaxamento profundo e, em seguida, para um estado de transe. Uma vez nesse estado, o paciente é capaz de se conectar com suas vidas passadas e explorar os eventos e experiências que moldaram sua jornada atual. Como funciona a Regressão Espiritual? A Regressão Espiritual funciona ao acessar a mente inconsciente, permitindo que o paciente explore seus pensamentos e emoções mais profundos. O terapeuta utiliza sugestões para guiar o paciente para uma vida passada específica, permitindo que o paciente explore as memórias e as emoções associadas a essa vida. Essa técnica pode ser usada para ajudar as pessoas a superar traumas, entender padrões de comportamento e encontrar um propósito mais significativo na vida. Benefícios da Regressão Espiritual: Existem muitos benefícios associados à Regressão Espiritual. Alguns dos benefícios incluem: Compreensão mais profunda de si mesmo e dos outros Resolução de traumas e bloqueios emocionais Melhoria da autoestima e autoconfiança Descoberta de um propósito de vida mais significativo Aumento da empatia e compaixão pelos outros Conclusão: A Regressão Espiritual é uma técnica poderosa que pode ajudar as pessoas a explorar suas vidas passadas e encontrar um significado mais profundo em suas vidas atuais. Se você está interessado em explorar esta técnica, procure um terapeuta qualificado e comece sua jornada de autoconhecimento e transformação
regressão espiritual
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Entrevista Folha Espírita

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Entrevista Folha Espirita: Deve a psicoterapia considerer a
reencarnação?


1- Qual é o limite da crença do psicólogo diante da crença do paciente?
O artigo “Deve a psicoterapia considerer a reencarnação?” (Should
psychotherapy consider reincarnation?


http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22297317), que recentemente publiquei
no Journal of Nervous and Mental Disease, discute essa importante questão.
Há um crescente reconhecimento da necessidade de se levar em conta o
ambiente cultural e os sistemas de crenças dos pacientes na psicoterapia.
Respeitar as opiniões e realidades subjetivas do paciente é uma necessidade
terapêutica e um dever ético, mesmo que os profissionais não compartilhem
das mesmas crenças. As informações obtidas na psicoterapia devem ser
sobre o que os pacientes acreditam, o que exige conhecimento de
estratégias objetivas para otimizar o enfrentamento e a superação de suas
dificuldades com base neste sistema de crenças.


2- A população brasileira está aberta aos conceitos reencarnacionistas?
Há dados sobre a crença na reencarnação em outros países?


Sim. Em todo o mundo há um grande número de pessoas que crêem na
reencarnação. Segundo dados do World Values Survey, tal crença é
professada por 22,6% da população nos países nórdicos, 27% na Europa
Ocidental, 20,2% na Europa Oriental; já nos Estados Unidos o número chega
a 27% (Gallup, 2003) e no Brasil apenas 44% da população não acredita na
reencarnação (Data Folha, 2007).


3- Como as abordagens psicoterápicas trabalham com pacientes que
acreditam em vida após a morte?
Os métodos usados em reconhecidos enfoques psicoterapêuticos, tais como
o behaviorismo de Watson, psicanálise de Freud, ou a terapia cognitivacomportamental de Beck não levam em conta a crença na vida após a morte,
professada pela maior parte da população mundial (World Values Survey). A
crescente experiência no âmbito psicológico aponta para a importância do
surgimento de abordagens terapêuticas não-dogmáticas que levem em conta
e valorizem as realidades sócio-culturais das grandes e pequenas
comunidades. Muitas pessoas acreditam que as suas atuais dificuldades
possam estar relacionadas a ocorrências traumáticas em vidas anteriores. É
fundamental que os psicoterapeutas respeitem essas crenças subjetivas
trazidas pelos pacientes. Assim como qualquer pessoa pode procurar
tratamento psicológico alinhado aos seus valores e crenças, a reencarnação
deve ser levada em conta pelos psicoterapeutas, que devem procurar
formação adequada em abordagens coerentes e eficazes sem misticismo ou
práticas divinatórias, tal como mostrei no artigo “Should psychotherapy
consider reincarnation?” – conforme nossos conhecimentos, a primeira
publicação científica sobre a interface equilibrada entre reencarnação e
psicoterapia.


4- Trabalhar com a crença dos pacientes favorece melhor resultado em
tratamentos psicoterápicos?
Certamente! Parte fundamental da cultura, as crenças religiosas têm papel
importante na formação de juízos e no processamento de informações,
auxiliando muitas pessoas a organizarem ou compreenderem eventos
dolorosos, caóticos e imprevisíveis que podem gerar sintomas diversos. O
coping (manejo) religioso é muito utilizado no enfrentamento de eventos
traumáticos e na maioria das vezes, conforme experiência clínica e centenas
de publicações, o efeito é favorável a superação. Por exemplo, a crença na
reencarnação – envolve um ciclo contínuo de aprendizado e evolução através
das vidas sucessivas – é encontrada ao longo da história humana em
diferentes épocas e culturas. Do ponto de vista dos pacientes
reencarnacionistas, as dificuldades são transitórias e podem ser superadas
quando suas lições que as adversidades trazem são absorvidas.


5- Em quais momentos a religião pode interferir negativamente na vida
do indivíduo?
O coping religioso pode também trazer efeitos negativos em alguns casos,
quando por exemplo, o indivíduo acredita que está sendo castigado por
Deus, ou que merece sofrer porque fez algo imperdoável. Por isso, os
profissionais devem estar preparados para o bom manejo terapêutico dos
sistemas de crenças que podem tanto favorecer o sofrimento quanto a
promoção da saude e do crescimento.

  1. Quais os riscos que os pacientes correm com profissionais sem
    formação para abordar adequadamente a reencarnação durante a
    psicoterapia?
    Infelizmente o risco é importante. Recentemente um artigo no The New York
    Times (Lisa Miller) afirmou que o interesse na reencarnação está em
    ascensão, e os responsáveis pela divulgação não são monges ou teólogos,
    mas terapeutas. Esta notícia nos indica uma abertura terapêutica saudável,
    mas também uma preocupação com ‘falsos-terapeutas’ ou profissionais que
    não possuem um treinamento clínico adequado para conduzir a psicoterapia.
    Atribuir significados aos sintomas de ansiedade, desajuste, fobia específica
    ou estresse pós-traumático, alinhados aos conteúdo de vidas passadas – se
    essa for a crença do paciente – pode favorecer a atenuação ou libertação dos
    sintomas.
    7- Há linhas de pesquisas que investigam a reencarnação? Quais as
    principais?
    Além dos estudos sobre lembranças espontâneas de crianças de suas vidas
    passadas (Stevenson, 1974; Haraldsson et al., 1975; Stevenson, 1987;
    Haraldsson, 1991; Stevenson, 2000; Tucker, 2005; Keil et al., 2005), várias
    outras linhas de pesquisa têm encontrado evidências sugerindo vida após a
    morte, incluindo-se lembranças traumáticas espontâneas de vidas anteriores
    com marcas congênitas correspondentes (Stevenson, 1993; Stevenson, 1997;
    Keil et al., 2000 ; Stevenson, 2001; Pasricha et al., 2005), xenoglossia
    (conhecimento de um idioma não aprendido, Stevenson; 1984), casos
    terapêuticos de regressão com detalhes verificáveis (Wambach, 1978),
    experiências de quase morte e experiências fora do corpo com detalhes
    verificáveis (Morse et al., 1991; Greyson, 2000; Van Lommel, 2001; Athappilly
    et al., 2006; Greyson, 2007), e psicografias recebidas via médiuns com
    detalhes particulares não conhecidos do médium e dos familiares vivos antes
    de receberem as mensagens psicografadas (Severino, 1994). Contudo, a
    psicoterapia não tem como objetivo provar algo, mas deve considerar a crença
    dos pacientes, independentemente das razões que os levam a acreditar em
    reencarnação, tais como: vestígios da era pré-cristã, influências de
    escrituras/filosofias ocidentais e asiáticas, necessidade de encontrar uma
    explicação plausível para questões existenciais, experiências e recordações
    pessoais de vidas passadas, ou enquadre cognitivo para lidar com a dor da
    perda de entes queridos. Como todos, os reencarnacionistas buscam
    tratamentos psicológicos que levem seus sistemas de crenças em
    consideração. Aceitar a realidade subjetiva e os pontos de referência do
    próprio indivíduo que busca auxílio são preditores de resultados terapêuticos
    satisfatórios.
  2. Qual a opinião dos conselhos de classe sobre abordar as crenças
    religiosas dos pacientes em psicoterapia?
    Diante das centenas de artigos científicos a respeito da importancia de
    considerar a crença dos pacientes, o Conselho Federal de Psicologia em
    nota pública esclarece que “A Psicologia é uma ciência que reconhece que a
    religiosidade e a fé estão presentes na cultura e participam na constituição da
    dimensão subjetiva de cada um de nós”. Vale ressaltar que, a integração da
    crença reencarnacionista durante a psicoterapia requer profissionalismo,
    conhecimento e capacidade de alinhar as informações coletadas sobre os
    valores do paciente para o benefício do seu processo terapêutico.
  3. De que forma o psicólogo pode abordar a questão da reencarnação
    com seus pacientes?
    Estar confortável para abordar com o paciente temas sobre espiritualidade e
    religiosidade como a reencarnação é o primeiro de uma série de passos para
    que o processo terapêutico siga as diretrizes éticas. Iniciaremos em agosto
    de 2012 o curso Reencarnação e Psicoterapia: como abordar eticamente as
    crenças espirituais dos pacientes que buscam psicoterapia (veja programa
    completo em www.julioperes.com.br). Entre outras perguntas frequentes dos
    psicoterapeutas, esclarecemos no curso: Quais são os limites profissionais
    quando temas religiosos e/ou espirituais são trazidos? Como psicólogos
    podem discutir reencarnação com seus pacientes? Quais são os riscos e as
    contra-indicações desta prática? Temos como objetivo fornecer aos
    psicoterapeutas conhecimento e treinamento de estratégias/manejo para
    abordar eticamente os pacientes reencarnacionistas que buscam psicoterapia
    e otimizar o enfrentamento de suas dificuldades com base neste sistema de
    crenças.
    10- Para quem o curso Reencarnação e Psicoterapia: como abordar
    eticamente as crenças espirituais dos pacientes que buscam
    psicoterapia e dedicado e quais serão os professores?
    O curso é destinado a Psicólogos, Médicos e Estudantes das respectivas
    áreas e os professores são Dra. Maria Julia Prieto Peres, Dra. Juliane Prieto
    Peres Mercante e Dr. Jul
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Entrevista CRP

Entrevista Dr Julio Peres concedida ao Conselho Regional de Psicologia (CRP-PR)

 

  1. O psicólogo não discute a lógica da fé ou sua veracidade. Cabe-lhe apenas a tarefa de estudar como se forma, como se desenvolve e que funções desempenha na vida do indivíduo. Levando isso em consideração, qual é o limite da crença do psicólogo diante da crença do paciente?

 

O artigo “Deve a psicoterapia considerer a reencarnação? (Should psychotherapy consider reincarnation? http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22297317), que recentemente publiquei no Journal of Nervous and Mental Disease, discute essa importante questão (veja o artigo em clinicajulioperes.com.br). Há um crescente reconhecimento da necessidade de se levar em conta o ambiente cultural e os sistemas de crenças dos pacientes na psicoterapia. Respeitar as opiniões e realidades subjetivas do paciente é uma necessidade terapêutica e um dever ético, mesmo que os profissionais não compartilhem das mesmas crenças. As informações obtidas na psicoterapia devem ser sobre o que os pacientes acreditam, o que exige conhecimento de estratégias objetivas para otimizar o enfrentamento e a superação de suas dificuldades com base neste sistema de crenças.

 

  1. Em quais momentos a religião pode servir como apoio? Como estabelecer essa relação sem interferir nas especificidades de uma crença?

Parte fundamental da cultura, as crenças religiosas têm papel importante na formação de juízos e no processamento de informações, auxiliando muitas pessoas a organizarem ou compreenderem eventos dolorosos, caóticos e imprevisíveis que podem gerar sintomas diversos. O coping religioso é muito utilizado no enfrentamento de eventos traumáticos e na maioria das vezes, conforme experiência clínica e centenas de publicações, o efeito é favorável a superação. Por exemplo, a crença na reencarnação – envolve um ciclo contínuo de aprendizado e evolução através das vidas sucessivas – é encontrada ao longo da história humana em diferentes épocas e culturas. Do ponto de vista dos pacientes reencarnacionistas, as dificuldades são transitórias e podem ser superadas quando suas lições que as adversidades trazem são absorvidas.

  1. Em quais momentos a religião pode interferir negativamente na vida do indivíduo?

 

O coping religioso pode também trazer efeitos negativos em alguns casos, quando por exemplo, o indivíduo acredita que esta sendo castigado por Deus, ou que merece sofrer porque fez algo imperdoável. Por isso, os profissionais devem estar preparados para o bom manejo terapêutico dos sistemas de crenças que podem tanto favorecer o sofrimento quanto a promoção da saúde e do crescimento.

  1. Quais os riscos que os pacientes correm com profissionais sem formação para abordar adequadamente a religiosidade durante a psicoterapia?

 

Infelizmente o risco é importante. Recentemente um artigo no The New York Times (Lisa Miller) afirmou que o interesse na reencarnação está em ascensão, e os responsáveis pela divulgação não são monges ou teólogos, mas terapeutas. Esta notícia nos indica uma abertura terapêutica saudável, mas também uma preocupação com profissionais ou ‘falsos-terapeutas’ que não possuem um treinamento clínico adequado para conduzir a psicoterapia. Atribuir significados aos sintomas de ansiedade, desajuste, fobia específica ou estresse pós-traumático, alinhados aos conteúdo de supostas vidas passadas – se essa for a crença do paciente – pode favorecer a atenuação ou libertação dos sintomas. Assim como qualquer pessoa pode procurar tratamento psicológico alinhado aos seus valores e crenças, a reencarnação deve ser levada em conta pelos psicoterapeutas, que devem procurar formação adequada em abordagens coerentes e eficazes sem misticismo ou práticas divinatórias.

  1. De que forma o psicólogo pode abordar a questão da religião com seus pacientes?

 

Estar confortável para abordar com o paciente temas sobre espiritualidade e religiosidade como a reencarnação é o primeiro de uma série de passos para que o processo terapêutico siga as diretrizes éticas. No artigo “Deve a psicoterapia considerer a reencarnação?” mostrei que em todo o mundo há um grande número de pessoas que crêem na reencarnação. Segundo dados do World Values Survey, tal crença é professada por 22,6% da população nos países nórdicos, 27% na Europa Ocidental, 20,2% na Europa Oriental; já nos Estados Unidos o número chega a 27% (Gallup, 2003) e no Brasil a 37% (Data Folha, 2007). Iniciaremos em agosto de 2012 o curso Reencarnacão e Psicoterapia: como abordar eticamente as crenças espirituais dos pacientes que buscam psicoterapia (contato WhatsApp 11 975721848 ou clinicajulioperes.com.br). Forneceremos aos psicoterapeutas conhecimento e treinamento de estratégias objetivas para abordar eticamente os pacientes reencarnacionistas que buscam psicoterapia e otimizar o enfrentamento de suas dificuldades com base neste sistema de crenças. Questionamentos como psicólogos podem discutir reencarnação com seus pacientes?, quais são os limites profissionais quando temas religiosos e/ou espirituais são trazidos? entre outros serão esclarecidos no curso, assim como os riscos e as contra-indicações

desta prática. Vale lembrar que em nota pública o CFP esclarece que “A Psicologia é uma ciência que reconhece que a religiosidade e a fé estão presentes na cultura e participam na constituição da dimensão subjetiva de cada um de nós”. Contudo, a integração da crença reencarnacionista durante a psicoterapia requer profissionalismo, conhecimento e capacidade de alinhar as informações coletadas sobre os valores do paciente para o benefício do seu processo terapêutico.

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Entrevista Folha Espirita: Deve a psicoterapia considerar a reencarnação?

1- Qual é o limite da crença do psicólogo diante da crença do paciente?

O artigo “Deve a psicoterapia considerer a reencarnação?” (Should psychotherapy consider reincarnation? https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/22297317/), que recentemente publiquei no Journal of Nervous and Mental Disease, discute essa importante questão. Há um crescente reconhecimento da necessidade de se levar em conta o ambiente cultural e os sistemas de crenças dos pacientes na psicoterapia. Respeitar as opiniões e realidades subjetivas do paciente é uma necessidade terapêutica e um dever ético, mesmo que os profissionais não compartilhem das mesmas crenças. As informações obtidas na psicoterapia devem ser sobre o que os pacientes acreditam, o que exige conhecimento de estratégias objetivas para otimizar o enfrentamento e a superação de suas dificuldades com base neste sistema de crenças.

 

2- A população brasileira está aberta aos conceitos reencarnacionistas? Há dados sobre a crença na reencarnação em outros países?

Sim. Em todo o mundo há um grande número de pessoas que crêem na reencarnação. Segundo dados do World Values Survey, tal crença é professada por 22,6% da população nos países nórdicos, 27% na Europa Ocidental, 20,2% na Europa Oriental; já nos Estados Unidos o número chega a 27% (Gallup, 2003) e no Brasil apenas 44% da população não acredita na reencarnação (Data Folha, 2007).

 

3- Como as abordagens psicoterápicas trabalham com pacientes que acreditam em vida após a morte?

Os métodos usados em reconhecidos enfoques psicoterapêuticos, tais como o behaviorismo de Watson, psicanálise de Freud, ou a terapia cognitiva-comportamental de Beck não levam em conta a crença na vida após a morte, professada pela maior parte da população mundial (World Values Survey). A crescente experiência no âmbito psicológico aponta para a importância do surgimento de abordagens terapêuticas não-dogmáticas que levem em conta e valorizem as realidades sócio-culturais das grandes e pequenas comunidades. Muitas pessoas acreditam que as suas atuais dificuldades possam estar relacionadas a ocorrências traumáticas em vidas anteriores. É fundamental que os psicoterapeutas respeitem essas crenças subjetivas trazidas pelos pacientes. Assim como qualquer pessoa pode procurar tratamento psicológico alinhado aos seus valores e crenças, a reencarnação deve ser levada em conta pelos psicoterapeutas, que devem procurar formação adequada em abordagens coerentes e eficazes sem misticismo ou práticas divinatórias, tal como mostrei no artigo “Should psychotherapy consider reincarnation?” – conforme nossos conhecimentos, a primeira publicação científica sobre a interface equilibrada entre reencarnação e psicoterapia.

 

4- Trabalhar com a crença dos pacientes favorece melhor resultado em tratamentos psicoterápicos?

Certamente! Parte fundamental da cultura, as crenças religiosas têm papel importante na formação de juízos e no processamento de informações, auxiliando muitas pessoas a organizarem ou compreenderem eventos dolorosos, caóticos e imprevisíveis que podem gerar sintomas diversos. O coping (manejo) religioso é muito utilizado no enfrentamento de eventos traumáticos e na maioria das vezes, conforme experiência clínica e centenas de publicações, o efeito é favorável a superação. Por exemplo, a crença na reencarnação – envolve um ciclo contínuo de aprendizado e evolução através das vidas sucessivas – é encontrada ao longo da história humana em diferentes épocas e culturas. Do ponto de vista dos pacientes reencarnacionistas, as dificuldades são transitórias e podem ser superadas quando suas lições que as adversidades trazem são absorvidas.

 

5- Em quais momentos a religião pode interferir negativamente na vida do indivíduo?

coping religioso pode também trazer efeitos negativos em alguns casos, quando por exemplo, o indivíduo acredita que está sendo castigado por Deus, ou que merece sofrer porque fez algo imperdoável. Por isso, os profissionais devem estar preparados para o bom manejo terapêutico dos sistemas de crenças que podem tanto favorecer o sofrimento quanto a promoção da saúde e do crescimento.

 

6 – Quais os riscos que os pacientes correm com profissionais sem formação para abordar adequadamente a reencarnação durante a psicoterapia?

Infelizmente o risco é importante. Recentemente um artigo no The New York Times (Lisa Miller) afirmou que o interesse na reencarnação está em ascensão, e os responsáveis pela divulgação não são monges ou teólogos, mas terapeutas. Esta notícia nos indica uma abertura terapêutica saudável, mas também uma preocupação com ‘falsos-terapeutas’ ou profissionais que não possuem um treinamento clínico adequado para conduzir a psicoterapia. Atribuir significados aos sintomas de ansiedade, desajuste, fobia específica ou estresse pós-traumático, alinhados aos conteúdo de vidas passadas – se essa for a crença do paciente – pode favorecer a atenuação ou libertação dos sintomas.

 

7- Há linhas de pesquisas que investigam a reencarnação? Quais as principais?

Além dos estudos sobre lembranças espontâneas de crianças de suas vidas passadas (Stevenson, 1974; Haraldsson et al., 1975; Stevenson, 1987; Haraldsson, 1991; Stevenson, 2000; Tucker, 2005; Keil et al., 2005), várias outras linhas de pesquisa têm encontrado evidências sugerindo vida após a morte, incluindo-se lembranças traumáticas espontâneas de vidas anteriores com marcas congênitas correspondentes (Stevenson, 1993; Stevenson, 1997; Keil et al., 2000 ; Stevenson, 2001; Pasricha et al., 2005), xenoglossia (conhecimento de um idioma não aprendido, Stevenson; 1984), casos terapêuticos de regressão com detalhes verificáveis (Wambach, 1978), experiências de quase morte e experiências fora do corpo com detalhes verificáveis (Morse et al., 1991; Greyson, 2000; Van Lommel, 2001; Athappilly et al., 2006; Greyson, 2007), e psicografias recebidas via médiuns com detalhes particulares não conhecidos do médium e dos familiares vivos antes de receberem as mensagens psicografadas (Severino, 1994). Contudo, a psicoterapia não tem como objetivo provar algo, mas deve considerar a crença dos pacientes, independentemente das razões que os levam a acreditar em reencarnação, tais como: vestígios da era pré-cristã, influências de escrituras/filosofias ocidentais e asiáticas, necessidade de encontrar uma explicação plausível para questões existenciais, experiências e recordações pessoais de vidas passadas, ou enquadre cognitivo para lidar com a dor da perda de entes queridos. Como todos, os reencarnacionistas buscam tratamentos psicológicos que levem seus sistemas de crenças em consideração. Aceitar a realidade subjetiva e os pontos de referência do próprio indivíduo que busca auxílio são preditores de resultados terapêuticos satisfatórios.

 

8 – Qual a opinião dos conselhos de classe sobre abordar as crenças religiosas dos pacientes em psicoterapia?

Diante das centenas de artigos científicos a respeito da importancia de considerar a crença dos pacientes, o Conselho Federal de Psicologia em nota pública esclarece que “A Psicologia é uma ciência que reconhece que a religiosidade e a fé estão presentes na cultura e participam na constituição da dimensão subjetiva de cada um de nós”. Vale ressaltar que, a integração da crença reencarnacionista durante a psicoterapia requer profissionalismo, conhecimento e capacidade de alinhar as informações coletadas sobre os valores do paciente para o benefício do seu processo terapêutico.

 

9 – De que forma o psicólogo pode abordar a questão da reencarnação com seus pacientes?

Estar confortável para abordar com o paciente temas sobre espiritualidade e religiosidade como a reencarnação é o primeiro de uma série de passos para que o processo terapêutico siga as diretrizes éticas. Iniciaremos em agosto de 2012 o curso Reencarnação e Psicoterapia: como abordar eticamente as crenças espirituais dos pacientes que buscam psicoterapia (veja programa completo em https://www.clinicajulioperes.com.br/). Entre outras perguntas frequentes dos psicoterapeutas, esclarecemos no curso: Quais são os limites profissionais quando temas religiosos e/ou espirituais são trazidos? Como psicólogos podem discutir reencarnação com seus pacientes? Quais são os riscos e as contra-indicações desta prática? Temos como objetivo fornecer aos psicoterapeutas conhecimento e treinamento de estratégias/manejo para abordar eticamente os pacientes reencarnacionistas que buscam psicoterapia e otimizar o enfrentamento de suas dificuldades com base neste sistema de crenças.

 

10- Para quem o curso Reencarnação e Psicoterapia: como abordar eticamente as crenças espirituais dos pacientes que buscam psicoterapia e dedicado e quais serão os professores?

O curso é destinado a Psicólogos, Médicos e Estudantes das respectivas áreas e os professores são Dra. Maria Julia Prieto Peres, Dra. Juliane Prieto Peres Mercante e Dr. Julio Peres.