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10 razões para aprender com as derrotas do dia a dia

Equívocos e acertos fazem parte do processo natural de aprendizado que permeia todas as fases do desenvolvimento humano. Todos nós erramos e acertamos no passado e isso continuará acontecendo ao longo da vida. Contudo, os erros e as derrotas podem assumir uma dimensão subjetiva tão expressiva a ponto de desencadear isolamento social, distorções depreciativas da auto-imagem, enfermidades e/ou transtornos mentais como a depressão. O sofrimento decorrente das derrotas depende em boa parte do processamento perceptual e dos diálogos internos que o indivíduo alimenta, e essa “leitura” por muitas vezes se torna um marco, saudável ou não, que influencia as próximas experiências de vida. Relacionei uma síntese dos exemplos práticos de pessoas que cresceram e se desenvolveram psicologicamente com base nos aprendizados adquiridos em suas experiências dolorosas relacionadas à derrota. Estabelecer uma aliança de aprendizado com as derrotas tem despertado muitas pessoas para buscas e reflexões que configuram qualidades de vida geralmente superiores àquelas vivenciadas antes da ocorrência indesejada. Se você sofre com seu erros e derrotas, pense a respeito das 10 boas razões para aprender com as derrotas.

  1. Aceitar que você errou ou foi derrotado não é uma fraqueza. Ao contrário, é um ato de coragem a favor da integração (do latin integrare: tornar-se inteiro) que pode fortalecer o caráter e a disposição para seguir em frente.
  1. O princípio da impermanência (tudo se encontra em movimento e transformação) se mostra em todo o Universo, do micro ao macrocosmo. Ainda que o sofrimento da derrota pareça permanente, lembre-se que esse estado também será passageiro. Pensar sobre novos caminhos para superação e focar o seu investimento nessas possibilidades abreviarão a sua travessia pelo sofrimento.
  1. As derrotas abrem portas para aquisição de conhecimentos relativos as variáveis que não foram consideradas anteriormente. Os conhecimentos adquiridos com a derrota não são restritos ao momento e beneficiarão também outros domínios da vida. Assim, a derrota pode ser apenas parte de uma história de superação. Vale lembrar que a percepção é seletiva e influenciada pelas emoções (positivas ou negativas). Novas oportunidades surgirão especialmente quando você tiver olhos para enxergá-las.
  1. A disponibilidade ao aprendizado confere um estado de ânimo saudável e desarticula autovitimização, que só leva ao sofrimento. O que você diz para si e para os outros sobre o que ocorreu pode tanto aliviar como exacerbar o sofrimento. A fixação em diálogos internos do tipo “Isso é injusto” ou “Não poderia ter acontecido comigo” dificulta a recuperação e favorece a continuidade da dor. Assumir a responsabilidade em relação ao que você pode fazer agora traz de volta o controle para suas mãos e a libertação do passado.
  1. As neurociências mostram que lembrar compreende a reconstrução de informações coerentes por meio de fragmentos disponíveis de modo que o conjunto faça sentido. Assim, o passado é flexível e modifica-se com novas interpretações das recordações e reexplicações do que aconteceu. Se você buscar pelo menos um aprendizado advindo da derrota o sentido da sua história modificará para melhor. O psiquismo é ágil e tal agilidade pode ser orientada a favor do bem-estar.
  1. A superação de um sofrimento está diretamente relacionada ao que a Psicologia chama de Extinção: o indivíduo estabelece uma nova hierarquia de respostas num processo ativo de aprendizado. Assim, as novas associações construídas substituem aquelas que geravam o sofrimento decorrente da derrota.
  1. Criar alianças de aprendizado com as adversidades predispõe e favorece a superação psicológica. De fato, as dificuldades perdem força a medida que o aprendizado por elas trazido for absorvido. O repertório de aprendizados decorrentes de uma derrota pode trazer uma qualidade de vida superior a que você tinha antes mesmo da derrota acontecer.
  1. A maturidade se relaciona indiretamente com o passar do tempo e diretamente com o aprendizado que as experiências trouxeram. Conforme traduz o provérbio oriental “Saber e não fazer, ainda não é saber”. As lições trazidas pelas derrotas tornam o indivíduo mais maduro e portanto, com mais recursos para contornar as adversidades futuras.
  1. A opinião de que se pode aprender e crescer a partir das experiências positivas e negativas influencia os resultados dos eventos e favorece a motivação de encontrar sentido na vida diária. As derrotas, quando bem elaboradas, favorecem a geração de novos objetivos e estratégias para atingi-los. É preciso buscar novos significados para a superação do sofrimento.
  1. Nosso estudo com neuroimagem mostrou o que acontece no cérebro das pessoas que aprenderam com seus sofrimentos. Novas classificações e traços de memória se formam no cérebro, substituindo as conexões neurais anteriores envolvidas com o sofrimento. Essa evidência reforça a importância de aprender com a dificuldade em vez de sucumbir a ela.
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