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Até que ponto a ansiedade pode prejudicar a saúde de uma pessoa?

Ansiedade é um estado emocional comum e provavelmente tenha sido selecionada como um importante fator para a preservação da espécie humana. Assim como a dor evoluiu para nos proteger de danos imediatos ou futuros, a ansiedade talvez tenha evoluído para nos proteger contra futuros perigos ou outros tipos de ameaças. Assim, a ansiedade tem um papel funcional no comportamento interativo com o meio ambiente, sendo um sistema de alarme e um sinalizador de possíveis ameaças, especialmente quando riscos conhecidos são percebidos. Em outras palavras, como um sinalizador antecipatório de possíveis ameaças, a ansiedade altera de forma vantajosa o pensamento, a fisiologia e o comportamento humano com ajustes para sobrevivência. Contudo, a ansiedade pode variar em intensidade e expressão conforme a importância que se atribui ao risco iminente. Quanto mais ameaçador um evento, maior seria a expressão da ansiedade. Contudo, a relação ansiedade x desempenho deixa de ser vantajosa quando a geração de informações do próprio encéfalo “inunda” as vias sensoriais com prejuízo do processamento dos dados reais, cronificando assim o estado de alerta. Na maioria das vezes isso ocorre diante de situações traumáticas extremas e inesperadas ou de situações cumulativas de ansiedade ao longo do tempo. Em ambos os casos, quando mais cedo tratar a ansiedade, melhor, para que o quadro não dispare sofrimentos mais graves como o pânico, a depressão, fobias específicas, transtornos somatoformes (psicossomáticos), transtorno de estresse pós-traumático, entre outros.

Trecho de Entrevista com o Dr. Julio Peres para UOL (2 de Julho de 2011)

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