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Passei por Três Hospitais até Chegar à Internação numa Casa de Saúde…

Relato de Marcela, 26 anos, musicista.

Devido a uma vida desregrada, alimentação inadequada e mistura de álcool com medicamentos, entre outras coisas, tive um surto (episódio onde a realidade se mistura com irrealidade). Eu, consciente, via tudo passar pela minha mente em altíssima velocidade, mas não conseguia falar nem reagir. Eu tentava fazer o sinal-da-cruz e meus braços não respondiam, comecei então a rezar várias vezes, numa repetição frenética, então tudo foi se aclarando.

Fui medicada e passei por três hospitais até chegar à internação numa casa de saúde. Eu continuava me sentindo sozinha, mesmo com família ou em grupos de amigos. Depois procurei por psicoterapia e há vários anos eu me sinto bem melhor! Durante o tratamento, os meus familiares estiveram sempre junto a mim e amigos de verdade não faltaram. Vivo normalmente, trabalho e estudo. Sei que durante toda a minha vida sempre existiu quem fizesse orações por mim. A todos e a Deus agradeço de coração. A religiosidade, herança materna e paterna que me acompanhava a vida inteira, fez muita diferença (e ainda faz) na boa vida que tenho…

Neurociência

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A Perda Trágica, em Acidente de Carro, do meu Caçulinha com 19 Anos

A Perda Trágica, em Acidente de Carro, do meu Caçulinha com 19 Anos…

Relato de Antonia, 58 anos, empresária, viúva e mãe de três filhos.

A perda de uma pessoa querida é sempre um grande golpe. Perdi meu marido no auge da juventude e do nosso amor. Meu caçulinha tinha apenas três aninhos. Anos passaram… e há um ano, uma dor imensa tomou conta do meu coração… a perda trágica, em acidente de carro, do meu caçulinha com 19 anos. Arrancaram um pedaço de mim, fiquei sem chão, não sabia sequer para onde olhar…

Busquei caminhos de superação por todos os lados. Depois de 6 meses procurei por psicoterapia. A fé em Deus, a amada família, os amigos e os encontros com o Dr. Julio, quando tenho oportunidade de analisar e buscar respostas para minhas dores e dúvidas, estão me dando forças para seguir em frente. Sei que a dor não passará, mas o sofrimento diminui aos pou- cos… Hoje, quando me lembro dos momentos intensos e felizes que passamos juntos e ao lado dos meus outros dois filhos, às vezes… já consigo sorrir!

Fui Abusada Sexualmente por meu Pai na Infância…

Fui Abusada Sexualmente por meu Pai na Infância…

Relato de Márcia, 38 anos, advogada.

Fui abusada sexualmente por meu pai na infância. Minha mãe sempre soube, mas não me protegeu. Depois de muita hesitação, a pedido de meu médico procurei por psicoterapia. Confesso que fui sem muita convicção e certa que 2 ou 3 meses dariam conta do recado. Eu era uma pessoa travada, com sérios problemas de relaciona- mento, solitária, quase não sorria e me refugiava na música como forma de expressar uma sensibilidade que não conseguia partilhar com ninguém.

Sempre distante das pessoas, eu me definia como um “zumbi”. Realmente, foi preciso bastante tempo para digerir e superar esse estado. Fiquei em terapia por quase 2 anos… Hoje posso afirmar com segurança que sou uma pessoa mais leve, mais tranquila, mais relaxada com as pessoas, com as quais já consigo me relacionar de forma saudável e, sem dúvida nenhuma, uma pessoa mais feliz.

Sei que tenho um longo caminho pela frente, já que superação é ato que deve ser exercitado diariamente e que o autoconhecimento é ferramenta essencial para meu aprimoramento… Se hoje sou uma pessoa melhor e mais feliz, devo à minha persistência em enfrentar o trauma e as dificuldades dele decorrentes e, também, à psicoterapia, que sempre será lembrada por mim com muita gratidão e carinho.

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Meu Filho após um Surto Decorrente do Uso de Skank

Meu Filho após um Surto Decorrente do Uso de Skank…

Relato de Roberto, 54 anos, empresário, casado e pai de dois filhos.

Meus entes mais amados viviam próximos a mim, porém distantes. A família estava fragmentada sem que eu percebesse isso, envolvido pela dinâmica intensa do trabalho, até o trauma acontecer. Meu filho esteve no exterior por 11 meses com o propósito de adquirir experiência e aperfeiçoar a língua estrangeira. Trouxe em sua bagagem muita dor, pela permanência obrigatória em hospital psiquiátrico após um surto decorrente do uso de skank (supermaconha) associado à bebida alcoólica destilada.

Ficamos unidos nos 3 meses de internação fora do país, porém com pouco acesso ao meu filho. Ele não estava bem e foi terrível imaginar o que se passava do outro lado… O período de 3 meses juntos naquele país foi dificílimo, muitas vezes sofremos e choramos juntos… Quando chegamos ao Brasil, meu filho ainda apresentava sinais no comportamento causados pelo surto psicótico. A família precisou de um episódio dessa natureza para reencontrar a melhor maneira de viver. A vida deu esse empurrão e todos souberam aprender as lições.

Essa travessia serviu de reflexão e aprendizado a todos da família, e o crescimento continuou com o nosso retorno. Sempre tivemos a oportunidade de ajudar e, diante do ocorrido, aprendemos como é se sentir ajudado. A manifestação de solidariedade dos conhecidos, colegas, amigos e familiares durante nossa ausência foi a força moral e espiritual de que necessitávamos. Hoje, temos uma qualidade de comunicação e de vida muito superior a que tínhamos antes do meu filho sair do país, e continuamos evoluindo… Não tinha opinião formada sobre o valor da Psicologia e, pelos resultados que a psicoterapia ofereceu, pudemos todos melhorar. Agradeço a Deus.

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Um Medo Irracional me Invadia…

Relato de Mariana, 68 anos, casada e mãe de três filhos.

Comecei a terapia fragilizada, com um medo irracional constante e dependente dos profissionais da saúde a quem eu recorria compulsivamente… Eu, que no passado havia viajado à Europa e aos Estados Unidos algumas vezes, de repente não conseguia mais ficar dentro de um avião. Um medo irracional me invadia! Logo no início da psicoterapia, percebi que tinha dificuldade de emitir minhas opiniões e sempre buscava o aval para o que dizia. As metas pro- postas, semana após semana, incentivaram-me cada vez mais a me libertar do medo. Isso foi ocorrendo: a autoestima foi aumentando e aquela vontade de procurar novos médicos para as minhas somatizações  foram desaparecendo.

Atualmente tenho uma boa autoestima, meus diálogos internos são saudáveis e não mais pessimistas. Faço minhas atividades com independência, estou vinculada à saúde e já faço voos domésticos, sem medo. Até pequenas aulas eu passei a dar no meu grupo religioso! Aquela vontade de queixar de tudo e de mim própria também diminuiu consideravelmente.

Espero em breve viajar para o exterior e enviar um belo cartão ao Dr. Julio. Os problemas psicossomáticos ainda acontecem esporadicamente, mas, logo me levanto. Digo para mim mesma, um passo de cada vez, e aos 68 anos de idade não espero milagres, mas melhoras contínuas. Agradeço de coração a dedicação em me ajudar a me encontrar… Os problemas ainda existem em torno de mim, mas já não me atingem tanto, não mais me vitimizo; ao contrário, reconheço as minhas capacidades! Obrigada.

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Senti-me um Pai Fracassado…

Relato de Pedro, 49 anos, empresário, casado pela segunda vez e pai de dois filhos.

No ano de 2007, quando descobri que meu filho estava viciado em drogas, senti-me um pai fracassado. Ainda que eu estivesse perto do meu filho fisicamente, eu não enxergava a tão importante dimensão psicológica. Fui buscar ajuda e descobri que a minha dedicação a ele dando o máximo de carinho, atenção e amizade iria nos ajudar. Ele iniciou a psicoterapia e eu passei a ficar mais próximo dele.

Descobri o porquê daquele acontecimento e comecei a ajudar o meu filho a reconstruir sua autoestima mostrando quanto é bom viver, sempre acreditando em uma força maior que está nos ajudando… Isso foi fantástico! Hoje tenho a satisfação de ter ganhado um filho, um amigo e parceiro na vida! Estamos com muito mais diálogo e com maior entendimento em nosso lar, tanto com ele quanto o com outro filho, que me ajudou muito na união da família.

Portanto, não ficamos mais pensando no passado, todavia vivemos este momento maravilhoso nos dando forças para vencermos juntos. Quando você ama seu filho não coloca limites para vencer com ele as adversidades da vida. Ele fez sua parte, e a vitória do meu filho é a vitória de todos!

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Lidar com a Morte É Terrivelmente Angustiante,Lento e Dolorido…

Relato de Clarice, 44 anos, jornalista, casada e mãe de uma filha.

Eu tinha 16 anos quando meu pai cortou o próprio pescoço. Nenhuma carta. Nenhuma declaração. Nenhum adeus. Muitas fofocas. Numa cidade tão pequena como era Campo Grande em 1989 foi difícil conviver com o estigma de ser a filha do suicida com a mãe possivelmente adúltera. Lidar com a morte é terrivelmente angustiante, lento e dolorido. Entender o suicídio é pior ainda, e digo isso como alguém que passou 19 anos tentando. Deitei em muitos divãs, escrevi diários, experimentei bebidas e drogas. Amei, fui traída, traí, encontrei mais canalhas do que homens. Também tive fases de pas- sar todas as noites e madrugadas em festas, e outras de suprema entrega ao trabalho, mas nunca, jamais, esqueci aqueles dias que mudaram meu destino.

Uma das maiores dificuldades com a morte do meu pai foi aceitar a ausência da minha mãe. Um mês depois do enterro, ela disse que estava namorando outro homem. Em 3 meses tínhamos uma nova casa, um novo cachorro, dois novos carros e um novo cara na nossa vida.

Doía saber que meu pai amou demais minha mãe a ponto de nos deixar para trás, mas não havia volta. Eu poderia ter feito a mesma coisa que o meu pai. Também tive depressão, e a explicação seria fácil pra todo mundo.
Um dia acordei e decidi tratar o trauma com ajuda especializada. Além da psicoterapia passei a tomar remédios acompanhada por um neurologista para tratar meu transtorno de humor, e voltei a praticar exercícios. Com a vida mais organizada, acabei me apaixonando por um cara sensacional e juntos tivemos a mais linda menina deste planeta.

Eu que acreditei que famílias eram coisa do passado, esquisitas, mafiosas, repugnantes, hoje mantenho com amor a minha pequena turma reunida. Sou capaz de qualquer coisa pelas duas pessoas que tanto amo.
Ele, meu pai, está sempre por perto, principalmente nos momentos de alegria, quando meu desejo de partilhar a felicidade fica do tamanho do universo. Sim, eu superei. Eu achei que eu o odiava, mas estava enganada… Eu o amo até na ausência.

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O Grito “Assalto!” com o Ruído Estridente dos Vidros Quebrando me Acordaram de um Transe Pessimista…

Relato de Helena, 39 anos, separada, mãe de três filhos, médica.

Minha vida estava repleta de conflitos e indecisões no campo afetivo e profissional. Repetia sempre “Não estou bem, não faço o que quero, mas não consigo mudar!”. Assim o tempo passava… Vivia diariamente angustiada e me refugiava no sono para “esquecer” os meus conflitos. Um dia, algo inesperado quebra a janela do meu carro e essa corrente negativa dos pensamentos. O grito “Assalto!” com o ruído estridente dos vidros quebrando me acordaram de um transe pessimista que eu arrastava havia 2 anos.

Confrontei a morte! Meu coração disparou e meu corpo tremeu inteiro. Nesse estado pensei algo que nunca tinha pensado com tanta clareza: “não quero morrer!”. O assalto terminou, ficaram apenas algumas escoriações e, felizmente, o marco da reflexão que me impulsionou para grandes mudanças. Nunca tinha chegado a “conversar” com a morte de perto. Nesse as- salto, senti que eu poderia ter morrido, e não poderia morrer nesse estado depreciativo. Pela primeira vez pensei: como seria morrer bem? As respostas foram chegando, e uma delas me fortaleceu muito: na minha morte quero ter a consciência tranquila de que fiz o que gostaria de fazer em vida! Vejo que o assalto foi um marco curiosamente positivo em minha vida. Assim, comecei a mudar as minhas atitudes com respeito e honestidade para comigo mesma e hoje, depois de 6 meses do assalto, posso dizer que vivo, e muito bem!

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Tentava Preencher um Vazio que Nunca Acabava…

Relato de Carla, 19 anos, estudante.

Quando cheguei à clínica do Dr. Julio não estava nada bem… Vivia inquieta, tinha muitos desentendimentos com a minha mãe (moro somente com ela; meus pais são separados) e problemas nos relacionamentos amorosos. Desde a adolescência tive muitos namorados (corri riscos sérios muitas vezes) e ao mesmo tempo não tinha ninguém.

Estava sempre só dentro de mim e tentava preencher um vazio que nunca acabava… Tinha horror de ser abandonada! Não me considero burra, mas atraía essas situações de rejeição. Parecia que “escolhia a dedo” aqueles que me abandonariam. A terapia me ajudou a descobrir o trauma que eu sofri aos 3 anos de idade, quando o meu pai (que segundo a minha mãe eu adorava) foi simplesmente embora e nunca mais voltou. Não me lembrava de que na época eu sofri muito.

As minhas vivências foram mostrando isso, fiquei quietinha, parei de falar por vários meses e não entendia por que meu pai não me queria mais e nunca mais voltava. Minha mãe confirmou tudo que eu percebia na terapia e me deu muito apoio. Meu medo inconsciente que acontecesse a dor do abandono de novo me fazia procurar vários namorados e ter outros problemas que me acompanharam até a fase adulta. Às vezes, pensamos que não conseguiremos superar algo em nossas vidas, mas basta detectar o trauma para traçarmos um “caminho sem buracos” e assim viver em paz e tranquila como estou vivendo hoje.