De fato, nem todas as pessoas que passam por experiências potencialmente traumáticas se tornam psicologicamente traumatizadas. Algumas sucumbem à vitimização, ao isolamento; outras procuram ajuda, amigos, literatura; outras desenvolvem transtornos de ansiedade, como pânico, TEPT; outras, depressão; outras são resilientes.
O problema é que não sabemos quem desenvolverá seqüelas após a ocorrência traumática e por isso, a psicoterapia é recomendada com brevidade como proteção ao surgimento do Transtorno de Estresse Pós Traumático (TEPT) e comorbidades (depressão, pânico, fobias específicas, etc.). Durante a psicoterapia as pessoas aprendem a decidir conscientemente por representações da própria realidade. O indivíduo traumatizado, diante dessa consciência, pode escolher novos significados, aprendizados e representação para o que houve no passado. Mesmo que inconscientemente, uma “escolha” foi feita por cada indivíduo que sofreu o mesmo evento estressor. Tal escolha reflete o modo como ele vai se relacionar com o acontecimento. Muitas vezes, a experiência é tão devastadora que o referencial para um posicionamento ainda precisa ser encontrado. Depressão, isolamento, amortecimento podem ser estratégias adaptativas para o encontro de uma posição, ainda não definida, diante do evento.