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A mulher está grávida e o marido pede o divórcio. Como ela deve reagir emocionalmente?

Infelizmente, vivemos sob fortes influências de uma cultura que incentiva a fragmentação familiar. Comportamentos como a pressa, a praticidade e a obtenção imediata dos bens são incentivados diuturnamente. Grande parte dos relacionamen­tos ocorre pela oferta dos meios ágeis de comunicação, que favorecem interface superficial com grande número de pessoas (redes de relacionamento via Internet), incitando contatos por interesse em vantagens imediatas e relações também descartáveis. Pessoas “coisificam-se” sucessivamente como produtos, ao passo que os vínculos afetivos se tornam cada vez mais frágeis. As pessoas mudam de uma relação para outra repetindo os mesmos erros, reclamando dos mesmos problemas, perdendo oportunidades preciosas de desenvolvimento pessoal. Ao invés de tentar crescer com o mesmo parceiro e amadurecer a relação, preferem começar uma nova história onde não raramente acabam experimentando as mesmas frustrações, as mesmas dificuldades, os mesmos problemas. Em outras palavras, a separação conjugal é facilitada pela cultura do descartável e a conseqüência não poderia ser outra: sofrimento. A mulher grávida cujo marido pede o divórcio pode sensibilizar a consciência mais ampla sobre o que de fato está acontecendo. Nós necessitamos da presença genuína do outro, especialmente dos entes queridos, desde a vida intra-uterina até o final de nossos dias, e nenhuma ilusão ou artifício substituirá esta presença. Todos nós precisamos do contato humano para sermos cuidados, podermos cuidar e assim pertencer.

Trecho de entrevista com o Dr. Julio Peres concedida para Revista Malu

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