De fato, no período pré-natal a mãe projeta em seu bebê alguns de seus comportamentos e características temperamentais. A vida intra-uterina é influenciada pela relação maternofetal e os pensamentos sobre o bebê e suas características emocionais afetam a construção da representação de sua identidade. Vários estudos incluindo técnicas ultra-sonográficas revelaram que os bebês são capazes de absorverem a comunicação da mãe durante a vida intra-uterina. Segundo Thomas Verny, o feto é um ser que sente, experimenta prazer e desprazer, angústia e bem-estar e portanto, tem uma vida emocional. A psicanalista Joanna Wilheim também refere que o feto tem uma vida afetiva e emocional estreitamente vinculada à sua experiência relacional com a sua mãe, captando os seus estados emocionais e a sua disposição afetiva. Portanto, a mãe deve se comunicar com afeto e tranqüilidade, pedindo ao seu bebê que esteja bem, sereno e saudável durante a travessia de uma dificuldade pela qual ele não tem nenhuma responsabilidade. Além disso, nestas comunicações a mãe deve fortalecer a confiança de que tudo será resolvido. A coerência entre o que a mãe sente e comunica é fundamental para que o bebê e a mãe sejam beneficiados. O estado emocional equilibrado da mãe durante essas comunicações por si já traz um benefício importante ao bebê.
Trecho de entrevista com o Dr. Julio Peres concedida para Revista Malu