Relato de Helena, 39 anos, separada, mãe de três filhos, médica.
Minha vida estava repleta de conflitos e indecisões no campo afetivo e profissional. Repetia sempre “Não estou bem, não faço o que quero, mas não consigo mudar!”. Assim o tempo passava… Vivia diariamente angustiada e me refugiava no sono para “esquecer” os meus conflitos. Um dia, algo inesperado quebra a janela do meu carro e essa corrente negativa dos pensamentos. O grito “Assalto!” com o ruído estridente dos vidros quebrando me acordaram de um transe pessimista que eu arrastava havia 2 anos.
Confrontei a morte! Meu coração disparou e meu corpo tremeu inteiro. Nesse estado pensei algo que nunca tinha pensado com tanta clareza: “não quero morrer!”. O assalto terminou, ficaram apenas algumas escoriações e, felizmente, o marco da reflexão que me impulsionou para grandes mudanças. Nunca tinha chegado a “conversar” com a morte de perto. Nesse as- salto, senti que eu poderia ter morrido, e não poderia morrer nesse estado depreciativo. Pela primeira vez pensei: como seria morrer bem? As respostas foram chegando, e uma delas me fortaleceu muito: na minha morte quero ter a consciência tranquila de que fiz o que gostaria de fazer em vida! Vejo que o assalto foi um marco curiosamente positivo em minha vida. Assim, comecei a mudar as minhas atitudes com respeito e honestidade para comigo mesma e hoje, depois de 6 meses do assalto, posso dizer que vivo, e muito bem!