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A religiosidade e/ou a espiritualidade podem ajudar a superação do trauma?

Sim, mas não tínhamos estudos a respeito até as últimas décadas. As primeiras discussões sobre religião no âmbito da psicologia foram trazidas por Freud, que a considerou como remédio ilusório contra o desamparo. A crença na sobrevivência pós-morte estaria embasada no medo da morte, análogo ao medo da castração, e a situação à qual o ego estaria reagindo é a de ser abandonado. Atualmente, a experiência religiosa deixou de ser considerada fonte de patologia e, em muitas circunstâncias, passou a ser reconhecida como provedora do re-equilíbrio e saúde da personalidade. A religiosidade e a espiritualidade estão fortemente enraizadas numa busca pessoal para compreender a vida, seu significado e suas relações com o sagrado, o transcendente e podem oferecer suporte para indivíduos responderem a situações traumáticas em que fragilidade, vulnerabilidade e limites humanos são confrontados. Assim, as crenças e práticas espirituais e/ou religiosas podem contemplar essa necessidade de buscar um sentido para a vida e influenciar a maneira como as pessoas interpretam e lidam com acontecimentos traumáticos. Centenas de estudos têm investigado a relação entre envolvimento religioso e saúde mental. A maioria deles revela que quanto maior o envolvimento religioso, maior o bem-estar e a saúde mental. O uso positivo da religião esteve associado não só a melhores resultados físicos e mentais em pacientes com enfermidades graves, como também às vítimas de traumas psicológicos.

Trecho de entrevista concedida à FOLHA ESPÍRITA

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